Sobre Nadia Saad


Espírito inquieto de artista se propõe a buscar no desconhecido possibilidades de existência. A arte foi o caminho escolhido para configurá-la.
Após montagem de seu próprio ateliê, ampliou sua técnica, ganhou liberdade e criou seu próprio “universo” na escultura. Seus planetas e grandes esferas foram crescendo. O tamanho dos fornos não era mais suficiente.
Assim saiu em busca de um forno maior. E foi em Pará de Minas, MG, que encontrou a Parapuan – Indústria de Tubos Cerâmicos. Surpreendente para qualquer escultor de cerâmica, a indústria possui 15 fornos de formas e tamanhos variados sendo que o maior deles “pode se transformar em um salão de festas com piano e orquestra”.
Na indústria Parapuan, conheceu as manilhas (tubos cerâmicos), encanto, espanto e vontade. Na ância de trabalhar “transportou a linguagem das esferas para as manilhas”. Elas continham o dentro e o fora, claro e escuro e o circular estava incluído também. Apesar de belos, os resultados não a satisfizeram. Na arte de criar objetos, e no diálogo com a matéria, Nadia logo percebeu que as manilhas remetem a um simbolismo que traduzem uma outra combinação subjetiva de sentimentos e pensamentos, ao mesmo tempo em que podem ser associadas a formas existentes na natureza.
Sua criatividade estava amparada pelas facilidades técnicas que a indústria oferecia. Passou a criar objetos com forma e função definidas, voltadas para a arquitetura e decoração. Não só Nadia, mas os funcionários – aos poucos – passaram a se envolver com o trabalho. Foi com a possibilidade de participar de mostras de arte que a parceria com a indústria se consolidou através do “Projeto Parapuan – Arte na Indústria”.
Esse envolvimento da “Arte na Indústria” está produzindo uma leva muito interessante de produtos, que podem receber água, ficar ao ar livre, receber luz, como os protótipos já desenvolvidos.
Texto copilado e editado por Matheus da Costa.

A busca dessa criação

Quando Nadia saiu em busca de um forno maior, não imaginava que acabaria fazendo objetos de design, e muito menos que o trabalho “desembocaria” em um Projeto de Inclusão Social.
No contato com os funcionários da Parapuan pôde perceber que o trabalho abriu horizontes, aguçou a criatividade das pessoas, possibilitou que a matéria prima e os meios de produção ganhassem novo sentido.
“As manilhas passaram a ser tubos comunicantes” e “Deixaram de ser um peso a ser carregado para carregar os sonhos de cada um e de todos nós”.
Nadia Saad compreende o projeto como uma mobilização social, na presença e na rotina de seus funcionários.
Sempre sita um verso de Yoko Ono, que John Lenon e Raul Seixas cantavam:

“Um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só.
“Um sonho sonhado por muitos é realidade”.
Texto copilado e editado por Matheus da Costa.